“Melhor é repelir dez verdades
do que
admitir uma única falsidade
uma só,
teoria errônea.”
Erasto-O Livro dos
Médiuns, item 230
Por
reviver a Mensagem Cristã na sua pureza, objetividade e pujança originais, tem
o Espiritismo sofrido ataques ao longo dos tempos. Anos a fio, aqueles
incomodados com os esclarecimentos propiciados pela obra de Kardec promoveram
verdadeiros bombardeios, objetivando descaracterizar a Doutrina Espírita como
religião cristã. Entretanto, como o bombardeio não alcançou o alvo
desejado, decidiram os promotores desencarnados a mudar a estratégia, trocando
o bombardeio pela implosão. O bombardeio sempre é mais notado pela movimentação
de recursos externos, a fim de destruir. A implosão, ao contrário, passa despercebida
até a hora do desmoronamento total.
Cansaram-se as forças contrárias
ao Espiritismo de combatê-lo de fora para dentro. Através dos médiuns usados
fora do meio espírita, as Trevas não conseguiram desacreditar a Doutrina,
embora tenham-se empenhado por larga faixa de tempo. Pelo contrário, ajudaram
muito na divulgação dos postulados espíritas, porque as acusações falsas e as
tentativas de ridicularização sempre foram rebatidas com a verdade, o que
propiciava o conhecimento da Doutrina Espírita a muitos que dela não tinham
notícia.
Por isso, atualmente ninguém sai
a público, através de periódicos ou de livros, na tentativa de atacar as teses
espíritas, numa confrontação aberta, em que haja oportunidade de debate. Quando
muito, uns ataques pela Internet, que não exibem endereço para resposta. Vê-se
que o bombardeio vindo de fora quase desapareceu. As Trevas desistiram dessa
prática. Agora, a o ataque é interno, pela implosão.
Hoje, a Treva se empenha em atuar
dentro dos arraiais espíritas, usando principalmente médiuns invigilantes, que
publicam tudo o que recebem, sem atentarem para as sábias palavras do Espírito
Erasto, conforme citado acima. Decidiram, as forças das Trevas, não mais atuar
confrontando-se, mas fingindo caminhar ao lado, falando em Jesus, falando no
Bem, doando parte do produto das edições de livros e discos a instituições de
amparo, no intuito de criar simpatia e credibilidade.
Mas, de permeio com ensinamentos
nobres, estão atitudes ridículas, conversas banais, e verdadeiras caricaturas
de respeitáveis personalidades que deixaram na Terra testemunho de trabalho e
dignidade, agora mostradas como pessoas vulgares e desprovidas do nível de
seriedade que sempre mantiveram enquanto encarnadas.
Existe uma verdadeira avalancha
de obras fantasiosas que pretendem trazer novidades, que vão desde o comentário
leviano que invade a intimidade de pessoas, a pretensas revelações de novos
pontos doutrinários. São obras capazes de causar admiração naqueles que não
estudam e, por isso mesmo, se encantam e não observam que o objetivo maior
delas é levar o Espiritismo ao descrédito.
Não podendo, os inimigos da
Verdade, combater o Espiritismo no campo das idéias, procuram minimizá-lo,
banalizá-lo através de diálogos pueris que, apresentando-se como linguagem
descontraída, mais se assemelham à conversa descompromissada de uma roda de
amigos do que a comentários em torno de temas doutrinários. Nessa tentativa de
apequenamento da mensagem espírita, valem-se de tudo, até de humorismo barato,
que tem aparecido através de médiuns fascinados, que ainda não atentaram para a milenar advertência: “Amados, não
creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus; porque já
muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”. (I Jo, 4: 1).
Essa advertência do Apóstolo João
nunca encontrou tanta aplicabilidade como agora! É tempo de as livrarias
espíritas analisarem com cuidado as obras que divulgam. Não se trata do
estabelecimento de um index, mas de um critério para constatar o que é
Espiritismo e o que não é, visto que, ao divulgar uma obra – seja um folheto,
um disco ou um livro – um estabelecimento espírita está, automaticamente, pelo
menos para o leigo – e é justamente esse que deve ser orientado –
legitimando o valor e a fidelidade daquela obra quanto às bases doutrinárias. É
chegada a hora de se alertar o irmão que se deixou envolver, apontando-lhe os
equívocos, e não se calando, a pretexto de um falso sentimento de fraternidade.
O compromisso com a Verdade foi claramente declarado por Jesus: “Seja,
porém, o vosso falar: Sim, sim, Não, não, porque o que passa disto é de
procedência maligna.” (Mt, 5:37).
Aos que acham que esse
procedimento não é consentâneo com a liberdade que o Espiritismo confere aos
seus profitentes, deve ser lembrado que sempre há um critério na seleção do que
se entrega ao público numa casa que ostente o nome “espírita”, pois o critério
deve caminhar ao lado da liberdade, uma vez que, em nome desta, ninguém
concordaria que um estabelecimento espírita divulgasse todos os tipos de livros
e revistas que são expostos em bancas e livrarias. Oportuna nessa hora, a
recomendação do Apóstolo Paulo: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas
as coisas me convêm (...).” (I Co, 6: 12).
José Passini
Juiz de Fora MG
jose.passini@gmail.com
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