José Passini
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Para comentarmos a obra
“Herdeiros do Novo Mundo”, de autoria do Espírito Lucius, pela psicografia de
André Luiz Ruiz, transcreveremos trechos da obra em caracteres normais,
respeitando integralmente a redação original. Nossos comentários serão grafados
em itálico-negrito.
“Quando Noé aceitou construir a
arca para salvar do afogamento os que nela quisessem entrar, assumiu para si
próprio um imenso e extenuante trabalho. No entanto, graças ao devotado ancião,
conseguiu ele próprio e sua família encontrarem a proteção e a segurança que os
demais não quiseram, quando chegou o momento áspero da tormenta fatal.” (15)
Vê-se aqui um equívoco muito
grave, qual seja a aceitação literal da existência da Arca de Noé (Ge. 7 e 8),
que, na sua essência, contraria os princípios da evolução e retorna a atenção
do leitor a outra lenda: a de Adão e Eva, pois a vida na Terra teria recomeçado
a partir de uma única família. Além do mais, é de senso comum que nem hoje, com
toda a tecnologia naval, seria possível construir um navio capaz de abrigar
toda a família de Noé, um casal de animais de cada espécie, e, no caso dos
animais considerados limpos, seriam sete casais de cada espécie. A alimentação
teria sido para sete meses, pois foi quando as águas baixaram, depois de chover
durante quarenta dias e quarenta noites. Diz a Bíblia que a arca foi construída
de madeira. Essa mistura de algumas verdades, ditas no livro de Lucius, com
fantasias como essa é que leva muitos a se afastarem do Espiritismo.
Além do mais, até a referência
bíblica feita por Lucius é equivocada, pois não teria sido dada essa
oportunidade de embarque a outras pessoas, conforme relato de Lucius.
Moreira, pobre filho, dominado
pelas sensações do sexo, não se satisfaz com a convivência íntima que a esposa
lhe propicia. Com a mente impregnada de imagens erotizantes atrai para dentro
de sua própria alcova a companhia de perigosas e astutas entidades, que se
alimentam de suas energias sexuais exacerbadas pela fixação mental,
hipnotizando-o mais e mais com quadros excitantes, para que mantenha acesa e
intensa a chama do desejo, impedindo que o pobre homem se desconecte dessa
faixa de idéias para se sintonizar conosco. (60)
Pode até ser verdade o que
é relatado, mas não há nenhuma ressalva quanto ao fato de, no caso de haver
dignidade por parte da esposa, ficaria assegurado que a entrada de Espíritos
inferiores seria inteiramente impossível.
Na obra “Missionários da Luz”
(63 e 64) há esclarecimento lapidar a esse respeito: Um jovem que era
acompanhado de dois Espíritos, companheiros da zona do meretrício, que ele
frequentava, chegou à casa, mas os dois desencarnados lá não puderam penetrar,
conforme relata André Luiz:
“Curioso, observei que as
entidades infelizes mostravam-se, agora, terrivelmente contrafeitas. Alguma
coisa impedia-lhes acompanhar a vítima ao interior.
– Naturalmente – acentuou meu
generoso companheiro – você já sabe que a prece traça fronteiras vibratórias.
– Aqui, prosseguiu ele – reside
uma irmã que tem a felicidade de cultivar a oração fervorosa e reta.”
Valendo-se disso, as mesmas
astutas entidades, agora vinculadas à família de Rafael, passaram a ampliar as
carências da esposa e fustigar-lhe o desejo de aventurar-se. (89)
O leitor que não tem formação
espírita – e é esse leitor que constitui a maioria dos compradores desses
romances –, não tem condições de saber que se a esposa foi envolvida é porque
não cultivava a oração, não mantinha idéias superiores, etc. Fica só a
impressão que ela está à mercê das forças do mal, às quais seu marido se
ligara.
As portas da Arca já estavam em
adiantado estágio de fechamento, de modo que muitos estariam impedidos de nela
penetrar. E diferentemente do que falavam as antigas escrituras, já não se
tratava de um navio de madeira. Agora, a verdadeira Arca era o próprio Planeta
e agora os que se candidatassem a nela permanecer, deveriam demonstrar
disposição através da mudança de suas vibrações pela alteração dos interesses
imediatos e pela renovação de condutas. (96)
Comparação imprópria da Terra
com uma Arca que, num determinado momento, fecharia suas portas, como se fosse
um momento fatal. Além do mais, o livro tem muito mais de alarmante do que de
ensinamentos capazes de levar o leitor a uma reflexão serena.
– Realmente suas ponderações são
justíssimas. Surpreende notar o tamanho do despreparo não somente do povo que
acorre à casa de Deus, mas, muito mais grave, o dos que se candidatam a ser
seus servidores qualificados, trabalhando nas dependências das instituições sob
a confiança de seus dirigentes encarnados e desencarnados. Ouso afirmar que,
dentre os problemas evidenciados na nossa rápida visitação, quase todos estavam
vinculados a desajustes na área do sexo ou da ambição.(124)
Aqui, o Espírito Jerônimo faz coro
com outros que, através de vários médiuns, levam uma mensagem de desalento aos
espíritas, notadamente a trabalhadores, além de dar o nome de casa de Deus a
núcleos espíritas. Deve ser lembrado que Jesus jamais considerou um templo como
casa de Deus.
Tão logo deixaram o posto de
comando, aproveitando a oportunidade para o entendimento direto, Bezerra
solicitou ao auxiliar que os acompanhava que explicasse aos novatos amigos como
se estruturava aquele veículo. (165)
Tudo faz crer, nessa obra, que
Bezerra de Menezes é o coordenador da retirada dos Espíritos que deverão deixar
a Terra. É curioso notar que vários médiuns atualmente relatam as mais variadas
funções desenvolvidas por esse nobre Espírito, desde a coordenação de trabalhos
no Mundo Espiritual, a tratamentos de moléstias da alma aqui na Terra, a
orientação de trabalhos mediúnicos, e agora, o coloca como comandante desse
gigantesco deslocamento de Espíritos.
O nível 27 era destinado ao
acomodamento de entidades de evolução primária, extremamente vinculadas aos
padrões inferiores da vida, motivo pelo qual deveriam ser mantidas em câmaras
especiais, cuidadosamente construídas para que reproduzissem o habitat
primitivo ao qual se acostumavam. Apesar de já possuírem a condição hominal,
traziam o raciocínio pouco exercitado, e no caso daqueles que conseguiam
organizar o pensamento de maneira mais completa, viam-se dominados pela força
do instinto do qual não se haviam libertado adequadamente, o que os tornava
criaturas muito agressivas e dominadoras, incapazes de medir o efeito de seus
atos. (177)
As revelações que têm sido
feitas levam-nos a entender que serão alijados da Terra aqueles Espíritos que
estão atrapalhando o progresso dos outros pelo mau uso da sua inteligência.
Por que esses Espíritos primitivos seriam encaminhados a outro planeta se
não lhes foi dada a oportunidade de discernir, de aprender, de usar o seu
livre-arbítrio, quando passariam a ser responsáveis pelos seus atos?
Primitivismo não significa maldade...
Vejamos o que se lê em “A
Caminho da Luz”, cap. III: “As grandes comunidades espirituais, diretoras do
Cosmos, deliberaram, então, localizar aquelas entidades, que se tornaram
pertinazes no crime, aqui na Terra longínqua, onde aprenderiam a realizar, na
dor e nos trabalhos penosos do seu ambiente, as grandes conquistas do coração e
impulsionando, simultaneamente, o progresso dos seus irmãos inferiores.”
Pelas palavras de Emmanuel,
nota-se o aspecto pedagógico, pautado nos mais legítimos parâmetros da
caridade, no deslocamento desses Espíritos aqui para a Terra. A descrição de
Lucius assemelha-se às transferências de criminosos de um presídio para outro,
conforme se faz aqui com delinquentes encarnados.
Tratava-se do espírito de uma
mulher revoltada. Atrelada aos processos de perseguição dos médiuns da
instituição, buscava usar suas fragilidades sexuais para induzi-los a condutas
infelizes fora dos trabalhos espíritas. Particularmente estava ligada aos
médiuns Cássio e Moreira, trabalhadores imaturos das lides do Bem que, sem
maiores compromissos com a própria evolução, imaginavam que a mediunidade fosse
um mecanismo neutro e automático, para cujo exercício não se fazia necessária
qualquer modificação moral, qualquer disciplina de pensamentos e sentimentos.
(...) Cássio, que era servidor da mediunidade em dois dias da semana, se
imaginava livre dos espíritos inferiores, vacinado contra suas influências. Por
isso, nos outros dias da semana, frequentava todo o tipo de festas em companhia
de pessoas menos dignas, imaginando que isso nada tinha a ver com seus
trabalhos mediúnicos. Disso decorria que, todas as noites, entidades
perniciosas o buscassem para a continuidade das festas na região inferior,
aproveitando-se de suas energias. O médium, no entanto, era outra pessoa
quando chegava o dia e o horário dos trabalhos na casa espírita, onde se fazia
passar por equilibrado cooperador, prestimoso e simpático.
O mesmo se dava com Moreira que,
fora da instituição, costumava ser encontrado em visitas a bordéis, na
companhia de infelizes mulheres e nas mais esdrúxulas aventuras de corpo sem
freios.(218 / 219)
Que tipo de reunião mediúnica
era essa, que tinha como trabalhadores médiuns desequilibrados como esses? Que
tipo de preparação haviam recebido esses médiuns para agirem de forma tão
contrária aos princípios comezinhos de dignidade humana? Onde os ensinamentos,
os alertamentos aos médiuns, sempre tão presentes em obras não marcadas pelo
sensacionalismo? Que idéia fará uma pessoa que leia isso?
– Seu mentiroso, embusteiro,
feiticeiro de quinta categoria! Maldita a hora em que aceitei seu convite para
vir aqui neste “trabalho especial” que resolveria meus problemas como você me
prometeu.
Alceu não cessava de agredir
Peixoto, enquanto os fortes braços dos trabalhadores o continham, tentando
reconduzi-lo ao equilíbrio. (227 / 228)
A descrição dessa reunião
mediúnica foge a todos os parâmetros apresentados em “O Livro dos Médiuns” e
nas obras de André Luiz. Nas páginas anteriores – que não transcrevemos para
não cansar o leitor – vê-se, numa verdadeira “lavagem de roupa suja”, o
Espírito revelando fatos da vida pessoal dos médiuns, o que não ocorre numa
reunião equilibrada. Nas páginas seguintes, vê-se a presença de Bezerra de
Menezes num verdadeiro emaranhado de ações desequilibradas de médiuns e
dirigentes. Será que o Apóstolo da Caridade está tão disponível assim?
Como a maioria dos Espíritas e
dos Cristãos de todas as denominações, pensavam eles que poderiam parecer bons
de dia e maus durante a noite, parecer honestos nas manifestações sociais ou
coletivas, mas, na esfera pessoal, continuarem tão degenerados quanto a maioria
do mundo. (256)
A maioria dos espíritas?
Generalização infeliz, que pode
levar muitos a pensar que de nada adianta ser espírita. Aqui Lucius faz coro
com o Espírito fascinador que se faz passar pelo Dr. Inácio Ferreira, que –
através do médium Carlos Antônio Baccelli – promove uma campanha objetivando
desmerecer os espíritas e a mediunidade, embora se comunique por um médium...
Assim, enquanto esperavam o
translado para outra morada celeste de padrão primitivo, eram transferidos
provisoriamente para a estéril superfície da Lua terrestre. (298)
Nesse capítulo, vê-se uma
descrição doentia e aterrorizadora do ambiente lunar, em que os Espíritos para
ali transferidos sofreriam horrível falta de água e de alimentos, o que
contrasta com o que fora dito páginas atrás, no cap. 17, quando foi descrito o
tal veículo similar à Arca de Noé, onde havia provisões para todos.
Para a compreensão das
dificuldades enfrentadas pelos benfeitores que os amparam, a questão da
alimentação exige que lhes seja fornecida a ração diária compatível com seus
hábitos. São elaboradas formas fluídicas similares àquelas que lhes agradavam
mais ao apetite voraz e animalesco, plasmadas em elementos-força superiores à
carne sanguinolenta, mas que se parecem com ela. (178)
Por que esses Espíritos enquanto
na Arca teriam um tratamento até solícito, e depois seriam deixados à sua
própria sorte?
Observemos como estão nossos
irmãos de humanidade, compelidos a viver encerrados em um corpo celeste como a
Lua, no aguardo do translado para a casa nova que se aproxima. (493)
Aqui Lucius adere à tese de
Ramatis, que afiançou, em 1949, que se aproximava da Terra um planeta que iria
sugar os Espíritos refratários ao Bem, no final dos tempos. É de senso comum
que se um planeta se aproximasse da Terra, provocaria um total desequilíbrio na
Terra e no Sistema Solar.
No livro “A Caminho da Luz” há o
relato de uma transmigração aqui para a Terra, sem que tenha havido necessidade
de o nosso Planeta sair para buscar os degredados de Capela. É de se perguntar
como pode um planeta se deslocar do seu sistema e viajar pelo Universo a
recolher Espíritos de outros planetas, como se fosse um ônibus espacial?
Apontou Bezerra na direção de
peculiar corpo celeste que, de imensas dimensões, devorava distâncias na
velocidade vertiginosa dos astros massivos, em obediência à órbitas
desconhecidas dos mapas solares.
– Não é prudente que nos
acerquemos muito mais porquanto já daqui de onde estamos, recebemos o impacto
desagradável de suas emanações primitivas, carregadas de um magnetismo
inferior. (498/499)
Onde estariam Bezerra e Jerônimo
para que ele tivesse receio de aproximar-se muito desse planeta? Um planeta que
tem as dimensões imensas, conforme diz Lucius, mas que ainda não seria visível,
deveria estar a uma distância maior do que aquela da Terra a alguns planetas do
Sistema Solar. Como poderia Bezerra temer aproximar-se dele? Com que velocidade
Bezerra e Jerônimo poderiam deslocar-se no espaço sideral?
Trata-se de um mundo conhecido
das lendas antigas como o portador da destruição, causador de traumas
geológicos e mudanças bruscas na estrutura magnética e elétrica da Terra, isso
sem falar no caos civilizatório que, em todas as suas aproximações, sua
influência provocou. (499)
Que quer Lucius dizer com “traumas geológicos e mudanças
bruscas na estrutura magnética e elétrica da Terra”? Poderia
esse planeta, a milhões de quilômetros da Terra, provocar fenômenos físicos
aqui? Se assim fosse, o que aconteceria quando ele se aproximasse para receber
os Espíritos aprisionados na Lua? Quais teriam sido essas aproximações
anteriores? E que dizer do descompromisso desse Espírito com a verdade, ao
referir-se a “caos civilizatório”?
Apesar disso, a sua aproximação
é vista como um grande benefício para o aceleramento das mudanças. Ainda que
nesta distância da órbita terrena, suas magistrais dimensões e a grandeza do
seu campo magnético-psíquico já se fazem sentir ao longo de sua trajetória,
chegando aos homens bem antes de que sua massa se faça visível aos olhares
aterrados. Sua presença energética desperta nos que lhe são afins as emoções
grotescas, as práticas mais vis pelos vícios que alimenta, das baixezas morais
que estimula porque, primitivo, como disse, tal orbe emite esses sinais que se
conectam com os que se lhe assemelhem em vibrações e desejos, alimentando-os
com seu psiquismo, fortalecendo-o nos desejos e nas práticas inferiores. (499)
Lucius confunde primitivismo com
desregramento. Espíritos primitivos são regidos mais pelo instinto do que pelo
raciocínio nascente. No instinto não há nem maldade nem responsabilidade.
Sabemos que serão alijadas da Terra as inteligências que, desviadas do Bem, da
Ética e do Amor, isto é dos preceitos do Evangelho. Essas não permanecerão
aqui. E viria esse planeta estimular ainda mais o mal? Não parece uma nova
versão da tentação da serpente? Mas, infelizmente, essas afirmativas
irresponsáveis perturbam muitas pessoas que, sem conhecimento espírita e sem
capacidade de discernimento, ficam apavoradas.
Precedendo-lhe a influência
magnética e gravitacional que se avoluma, observa-se, há décadas, a piora dos
padrões emocionais do planeta, o avolumar-se das crises sociais, dos crimes
hediondos, das leviandades nos costumes, agora acrescidos das modificações
climáticas, da surpreendente e inesperada variação do magnetismo planetário com
modificações da posição dos polos da Terra. (499)
Quer o Autor dizer, então, que
esses problemas éticos, morais, sociais que são enfrentados atualmente na Terra
decorrem da influência desse planeta? Seria de se perguntar por que os Poderes
Maiores da Vida permitiram isso? Seria para tentar a Humanidade? E as
modificações climáticas, não decorrem da nossa irresponsabilidade no uso de
recursos naturais? Seriam provocados por fatores externos à Terra? Como pode
Lucius afirmar que há uma “variação do magnetismo planetário com modificações
da posição dos polos da Terra”? Mais uma vez, se evidencia a
tese de Ramatis, que afirmou em 1949, que o eixo da Terra começaria a se
verticalizar em 1950, e que até o fim do II milênio o fenômeno estaria
completo.
A Terra, quando recebeu os
exilados de Capela, não era um planeta de desregramentos, de violência, de
brutalidade. Era um planeta primitivo apenas. Era uma escola mais simples, para
onde os Espíritos vieram transferidos, a fim de se reeducarem. Pela descrição
de Lucius, esse planeta é um verdadeiro inferno, onde impera o mal, a
brutalidade, o crime em todas as suas expressões.
Fenômenos inusitados confundem a
mente dos homens de ciência, cheios de teorias e cegos para a verdade. Várias
instituições científicas estão informadas da aproximação desse corpo massivo,
mas, por prudência ou receio de se ridicularizarem, não se dispuseram ainda a
reconhecer a emergência que se abate sobre toda a humanidade, preferindo adotar
condutas contemporizadoras ou, até mesmo, procurando preparar as pessoas
empregando recursos subliminares como filmes, reportagens, documentários de
desastres, tratando o assunto de maneira ficcional. (499/500)
Afirmativa sem nenhuma base
lógica. Imaginemos que se algum astrônomo na Terra observasse a aproximação de
um corpo celeste (ainda mais com as proporções descritas) ele iria se calar?
Gradualmente, porém, a
influência gravitacional desse corpo planetário vai apertar seus laços sobre os
demais planetas do sistema solar, demarcando a sua trajetória com as naturais
consequências de sua presença intrusa e gigantesca, aproximando-se do nosso
Sol. (500)
Lembrando-nos de que a Terra –
49 vezes maior do que a Lua – sofre sua influência numa leve aproximação desta,
o que provoca as marés, pergunta-se o que aconteceria com a aproximação de um
planeta imenso como esse “intruso”? Além do mais, “aproximando-se do nosso Sol”?
Afinal, aproxima-se do Sol ou da Terra? Será que esse Espírito não sabe a
distância que há entre a Terra e o Sol? Será não conhece princípios comezinhos
de astronomia que se encontram à disposição de nossos ginasianos?
Este é o corpo celeste que, como
um ímã poderoso, separará a limalha de ferro pelo poder que já exerce, e
exercerá, ainda mais, sobre tudo o que se sintonize com a sua vibração. Homens
e espíritos no mesmo padrão serão por ele reclamados como um patrimônio que lhe
pertence, liberando a Terra para novas etapas de crescimento e evolução. (500)
Se tais afirmativas fossem
reais, não haveria necessidade de todo o trabalho descrito páginas atrás, no
sentido de separar Espíritos e hospedá-los na Lua até o momento da
transferência. Segundo se lê, a atração seria automática. Mas, não foi isso que
aconteceu quando a Terra recebeu os Espíritos que vieram daquele planeta do
Sistema Cabra ou Capela, conforme descrição de Emmanuel, no cap. III do livro
“A Caminho da Luz”: “Foi assim que Jesus recebeu, à luz do seu reino de amor e
de justiça, aquela turba de seres sofredores e infelizes.” Eles foram
amorosamente recebidos pelo Mestre, e não atraídos como a limalha o é diante de
um ímã poderoso.
Talvez venha a ser confundido
por muitos como um cometa, com um astro que se chocará com o nosso planeta,
como um mensageiro do mal pelo medo e aflição que provocará. Outros se valerão
dele para atormentar seus irmãos de humanidade, tentando arrancar-lhes os
últimos bens materiais que possuam. Mal intencionados se valerão de tal
presença no Céu para apregoar o fim do mundo, levando o caos aos mais ingênuos
e despreparados. Marcada por eventos cataclísmicos datados de milênios, a
humanidade sentirá a aproximação do novo ajuste de contas e cada qual saberá
dizer se, no fundo de si mesmo, fez o que deveria ter feito para a modificação
de suas vibrações. Por fim, a aproximação maior provocará as alterações
geológicas, climáticas e energéticas que promoverão a depuração da humanidade
pelo perecimento de muitos e pela separação das almas.
Se o planeta, que ainda está a
milhões de quilômetros de distância da Terra, está provocando os distúrbios
físio-psíquicos observados agora, o que aconteceria quando penetrasse no
Sistema Solar, conforme afirmado atrás?
Batizado desde a antiguidade com
diferentes nomes, tais como Nibiru, Marduk, Hercólubus, pela ciência chamado
planeta X, também apelidado de Astro Higienizador, ou Chupão pelos
espiritualistas de diversas vertentes, este é o Mundo Novo, mundo em formação
dotado de uma humanidade primitiva que precisa de irmãos mais capacitados
treinados no aprendizado terreno que ajudará, acelerando sua evolução. (501)
Como se vê, Lucius parece mais
querer atemorizar do que esclarecer.
É profundamente lamentável que,
depois de tantas obras edificantes recebidas de benfeitores espirituais, haja
espaço para algo tão absurdo como o conteúdo desse livro, obra vendida em
livrarias e centros espíritas, distribuída por clubes do livro, cujos
responsáveis sem lhe avaliarem o conteúdo, sem um exame sério, passam-no ao
público, com o nome – atualmente muito atrativo – “obra espírita”.
José Passini
jose.passini@gmail.com
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